terça-feira, 16 de julho de 2013

Sócrates

Biografia:
Ateniense, Sócrates nasceu por volta do ano 470 a.C..
Filho de pais humildes, dedicou-se ao estudo da filosofia e à meditação, mesmo sem qualquer recompensa financeira.

Mas é difícil falar sobre Sócrates, já que tudo em torno de sua vida é envolvida por mistérios. Não escreveu nada sobre suas idéias e ideais, tudo que se sabe sobre seu pensamento foi transmitido pelos seus discípulos Platão e Xenofontes.

Platão foi o responsável por disseminar a imagem de Sócrates como sendo um homem que andava pelas ruas e praças de Atenas, perguntando a cada um sobre idéias e valores que os gregos acreditavam e julgavam conhecer.

Sócrates é conhecido por ter se rebelado contra os sofistas, dizendo que esses não eram filósofos. Acusou-os de corromper o espírito dos jovens, ao fazer o erro e a mentira valerem tanto quanto a verdade.

Os sofistas vendiam suas habilidades de oratória para os cidadãos. Defendiam a opinião de quem pagasse melhor, introduzindo a idéia de que a verdade nasce do consenso entre os homens. 

O filósofo também teceu severas críticas à forma como a democracia ateniense implantada, bem como a aspectos da cultura grega, crenças religiosas e costumes.

Apesar de ter ocupado cargos políticos, chegando, inclusive, a ser convidado para o Senado dos quinhentos, suas idéias não foram aceitas pela aristocracia grega. 

Passaram a ver o filósofo como uma ameaça ao funcionamento da sociedade grega vigente na época.
Os jovens, por outro lado, passaram a seguir Sócrates, constituindo um grupo de discípulos.

Não demorou muito para que Sócrates fosse acusado de 
subversão da ordem, corrupção da juventude e um profanador das crenças gregas. Foi condenado a beber veneno e ficou preso por cerca de um mês, até sua morte, em 399 a.C..


Vida:

Sócrates nasceu em Alópece, na península da Ática. Não deixou nada escrito. A maior parte das informações sobre sua vida e seus ensinamentos vem das Memoráveis e do Banquete, do historiador Xenofonte; dos diálogos do filósofo Platão; da comédia Nuvens, de Aristófanes; e das obras do filósofo Aristóteles. Xenofonte e Platão foram discípulos de Sócrates; Aristóteles, discípulo de Platão. Aristófanes foi um dramaturgo importante na época de Sócrates.
Segundo Xenofonte, Sócrates era um professor respeitado que se interessava principalmente em ajudar as pessoas a se tornarem boas. Os diálogos de Platão nos ensinam que Sócrates não se preocupava apenas com a ética, mas também com a lógica e com a teoria das idéias. Essa teoria tentava identificar em um objeto ou idéia a qualidade que permanece constante e imutável. Os diálogos de Platão contêm o relato mais provável da vida e dos ensinamentos de Sócrates. Aristóteles parece concordar com a visão platônica de Sócrates, mas afirmava que a teoria das idéias era mais uma característica da filosofia platônica do que da socrática. Em Nuvens, de Aristófanes, Sócrates aparece como um homem tolo que defendia teorias fantásticas.
Sócrates vestia-se com simplicidade e era conhecido por sua moderação no comer e no beber. Era casado com Xantipa, que, segundo a tradição, tinha um péssimo temperamento e era uma pessoa de convivência difícil. O casal tinha, provavelmente, pelo menos dois filhos.
Ensinava nas ruas, no mercado e nos ginásios. Ensinava através do questionamento de seus ouvintes, mostrando-lhes como as respostas que davam eram inadequadas. Sócrates tinha adeptos entusiásticos entre os jovens de Atenas, mas o povo não confiava nele devido a suas opiniões pouco ortodoxas sobre religião e seu desprezo à opinião pública.
Inevitavelmente, fez inimigos entre os atenienses influentes. Foi levado a julgamento, acusado de corromper jovens e desrespeitar as tradições religiosas. Sócrates defendeu-se afirmando que um conhecimento claro da verdade era essencial a uma conduta correta. A ação, afirmou, equivale ao conhecimento. Portanto, a virtude pode ser ensinada porque a ação correta envolve pensamento. Insinuava que os governantes deviam ser homens que soubessem como governar, não necessariamente aqueles que tinham sido eleitos. Sócrates pode ter parecido perigoso para a democracia ateniense, mas o que defendia eram as bases daquela democracia. Platão descreveu a defesa de Sócrates em seu diálogo A Apologia de Sócrates.
O júri considerou Sócrates culpado, sentenciando-o à morte. É possível que o júri tenha dado essa sentença severa devido ao orgulho inquebrantável com que Sócrates conduziu sua defesa. Recusou diversas oportunidades de escapar da prisão e levou a cabo sua sentença, bebendo calmamente uma taça de um veneno chamado cicuta. Um relato comovedor da morte de Sócrates encontra-se emFédon, de Platão.

Quem valorizou a descoberta do homem feita pelos sofistas, orientando-a para os valores universais, segundo a via real do pensamento grego, foi Sócrates. Nasceu Sócrates em 470 ou 469 a.C., em Atenas, filho de Sofrônico, escultor, e de Fenáreta, parteira. Aprendeu a arte paterna, mas dedicou-se inteiramente à meditação e ao ensino filosófico, sem recompensa alguma, não obstante sua pobreza. Desempenhou alguns cargos políticos e foi sempre modelo irrepreensível de bom cidadão. Combateu a Potidéia, onde salvou a vida de Alcebíades e em Delium, onde carregou aos ombros a Xenofonte, gravemente ferido. Formou a sua instrução sobretudo através da reflexão pessoal, na moldura da alta cultura ateniense da época, em contato com o que de mais ilustre houve na cidade de Péricles.
Inteiramente absorvido pela sua vocação, não se deixou distrair pelas preocupações domésticas nem pelos interesses políticos. Quanto à família, podemos dizer que Sócrates não teve, por certo, uma mulher ideal na quérula Xantipa; mas também ela não teve um marido ideal no filósofo, ocupado com outros cuidados que não os domésticos.

Quanto à política, foi ele valoroso soldado e rígido magistrado. Mas, em geral, conservou-se afastado da vida pública e da política contemporânea, que contrastavam com o seu temperamento crítico e com o seu reto juízo. Julgava que devia servir a pátria conforme suas atitudes, vivendo justamente e formando cidadãos sábios, honestos, temperados - diversamente dos sofistas, que agiam para o próprio proveito e formavam grandes egoístas, capazes unicamente de se acometerem uns contra os outros e escravizar o próximo.

Entretanto, a liberdade de seus discursos, a feição austera de seu caráter, a sua atitude crítica, irônica e a conseqüente educação por ele ministrada, criaram descontentamento geral, hostilidade popular, inimizades pessoais, apesar de sua probidade. Diante da tirania popular, bem como de certos elementos racionários, aparecia Sócrates como chefe de uma aristocracia intelectual. Esse estado de ânimo hostil a Sócrates concretizou-se, tomou forma jurídica, na acusação movida contra ele por Mileto, Anito e Licon: de corromper a mocidade e negar os deuses da pátria introduzindo outros. Sócrates desdenhou defender-se diante dos juizes e da justiça humana, humilhando-se e desculpando-se mais ou menos. Tinha ele diante dos olhos da alma não uma solução empírica para a vida terrena, e sim o juízo eterno da razão, para a imortalidade. E preferiu a morte. Declarado culpado por uma pequena minoria, assentou-se com indômita fortaleza de ânimo diante do tribunal, que o condenou à pena capital com o voto da maioria.

Tendo que esperar mais de um mês a morte no cárcere - pois uma lei vedava as execuções capitais durante a viagem votiva de um navio a Delos - o discípulo Criton preparou e propôs a fuga ao Mestre. Sócrates, porém, recusou, declarando não querer absolutamente desobedecer às leis da pátria. E passou o tempo preparando-se para o passo extremo em palestras espirituais com os amigos. Especialmente famoso é o diálogo sobre a imortalidade da alma - que se teria realizado pouco antes da morte e foi descrito por Platão no Fédon com arte incomparável. Suas últimas palavras dirigidas aos discípulos, depois de ter sorvido tranqüilamente a cicuta, foram: "Devemos um galo a Esculápio". É que o deus da medicina tinha-o livrado do mal da vida com o dom da morte. Morreu Sócrates em 399 a.C. com 71 anos de idade.

Metodo:
É a parte polêmica. Insistindo no perpétuo fluxo das coisas e na variabilidade extrema das impressões sensitivas determinadas pelos indivíduos que de contínuo se transformam, concluíram os sofistas pela impossibilidade absoluta e objetiva do saber. Sócrates restabelece-lhe a possibilidade, determinando o verdadeiro objeto da ciência.

O objeto da ciência não é o sensível, o particular, o indivíduo que passa; é o inteligível, o conceito que se exprime pela definição. Este conceito ou idéia geral obtém-se por um processo dialético por ele chamado indução e que consiste em comparar vários indivíduos da mesma espécie, eliminar-lhes as diferenças individuais, as qualidades mutáveis e reter-lhes o elemento comum, estável, permanente, a natureza, a essência da coisa. Por onde se vê que a indução socrática não tem o caráter demonstrativo do moderno processo lógico, que vai do fenômeno à lei, mas é um meio de generalização, que remonta do indivíduo à noção universal.

Praticamente, na exposição polêmica e didática destas idéias, Sócrates adotava sempre o diálogo, que revestia uma dúplice forma, conforme se tratava de um adversário a confutar ou de um discípulo a instruir. No primeiro caso, assumia humildemente a atitude de quem aprende e ia multiplicando as perguntas até colher o adversário presunçoso em evidente contradição e constrangê-lo à confissão humilhante de sua ignorância. É a ironia socrática. No segundo caso, tratando-se de um discípulo (e era muitas vezes o próprio adversário vencido), multiplicava ainda as perguntas, dirigindo-as agora ao fim de obter, por indução dos casos particulares e concretos, um conceito, uma definição geral do objeto em questão. A este processo pedagógico, em memória da profissão materna, denominava ele maiêutica ou engenhosa obstetrícia do espírito, que facilitava a parturição das idéias.

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