quarta-feira, 31 de julho de 2013

Estruturas Geologicas e Seus Efeitos .



Introdução

Neste trabalho vou falar inicialmente, como base para o entendimento dos efeitos que modelam as faixas litorâneas, constituídas por praias, procura-se apresentar uma descrição dos agentes geológicos de superfície intervenientes no processo. Estrutura geológica Estrutura geológica são diferentes tipos de rochas e mineiras que compõem a litosfera.



OS VENTOS, AS ONDAS E AS MARÉS COMO AGENTES GEOLÓGICOS DE SUPERFÍCIE MODELADORES DAS FAIXAS LITORÂNEAS.

1 - Origens dos Agentes Geológicos Inicialmente, como base para o entendimento dos efeitos que modelam as faixas litorâneas, constituídas por praias, procura-se apresentar uma descrição dos agentes geológicos de superfície intervenientes no processo. Quando as ondas eletromagnéticas do Sol alcançam a atmosfera terrestre, aproximadamente 40% da energia correspondente são refletidas para o espaço, sem qualquer mudança. Dos 60% restantes, uma parcela de, aproximadamente, 20%éabsorvida.
Pela atmosfera, aquecendo-a. O restante final (40%) é absorvido pelos oceanos e pelos continentes. A parcela da energia
Absorvida pelos oceanos aquece a água, produzindo evaporação, vapor d’água, chuvas, neves e todas as demais formas de precipitação. A parte absorvida pelos solos e rochas também causam aquecimento e, consequentemente o ar, podendo produzir correntes de convecção.
Originadoras de ventos que,
Soprando sobre os oceanos, produzem ondas. Assim os maiores agentes de
Transporte de sedimentos, atuantes sobre a superfície da Terra, têm como fonte primária a energia solar.

O que é Estrutura geológica?
A realização de estudos direcionados ao conhecimento geológico é de extrema importância para saber quais são as principais jazidas minerais e sua quantidade no subsolo. Tal informação proporciona o racionamento da extração de determinados minérios, de maneira que não comprometa sua reserva para o futuro.
A superfície brasileira é constituída basicamente por três estruturas geológicas: escudos cristalinos, bacias sedimentares e terrenos vulcânicos.
Escudos cristalinos: são áreas cuja superfície se constituiu no Pré-Cambriano, essa estrutura geológica abrange aproximadamente 36% do território brasileiro. Nas regiões que se formaram no íon Arqueano (o qual ocupa cerca de 30% do país) existem diversos tipos de rochas, com destaque para o granito. Em terrenos formados no íon Proterozoico são encontradas rochas metamórficas, onde se formam minerais como ferro e manganês.
• Bacias sedimentares: estrutura geológica de formação mais recente, que abrange pelo menos 58% do país. Em regiões onde o terreno se formou na era Paleozoica existem jazidas carboníferas. Em terrenos formados na era Mesozoica existem jazidas petrolíferas. Em áreas da era Cenozoica ocorre um intenso processo de sedimentação que corresponde às planícies.
• Terrenos vulcânicos: esse tipo de estrutura ocupa somente 8% do território nacional, isso acontece por ser uma formação mais rara. Tais terrenos foram submetidos a derrames vulcânicos, as lavas deram origem a rochas, como o basalto e o diafásico, o primeiro é responsável pela formação dos solos mais férteis do Brasil, a “terra roxa”.


Conclusão

Conclui que Estrutura geológica é diferentes tipos de rochas e mineiras que compõem a litosfera. É de extrema importância para saber quais são as principais jazidas minerais e sua quantidade no subsolo. A superfície brasileira é constituída basicamente por três estruturas geológicas: escudos cristalinos, bacias sedimentares e terrenos vulcânicos.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Urbanização Brasileira

Introdução

As raízes da urbanização brasileira são decorrentes da história, os primeiros centros urbanos surgiram no século XVI, ao longo do litoral em razão da produção do açúcar, nos séculos XVII e XVIII, a descoberta de ouro fez surgir vários núcleos urbanos e no século XIX a produção de café foi importante no processo de urbanização, em 1872 a população urbana era restrita a 6% do total de habitantes. 

O que é Urbanização?

Urbanização é o aumento proporcional da população urbana em relação à população rural. Segundo esse conceito, só ocorre urbanização quando o crescimento da população urbana é superior ao crescimento da população rural.
Somente na segunda metade do século XX, o Brasil tornou-se um país urbano, ou seja, mais de 50% de sua população passou a residir nas cidades. A partir da década de 1950, o processo de urbanização no Brasil tornou-se cada vez mais acelerado. Isso se deve, sobretudo, a intensificação do processo de industrialização brasileiro ocorrido a partir de 1956, sendo esta a principal conseqüência entre uma série de outras, da "política desenvolvimentista" do governo Juscelino Kubitschek.

Êxodo rural

As indústrias, sobretudo a têxtil e a alimentícia, difundiam-se, principalmente nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Esse desenvolvimento industrial acelerado necessitava de grande quantidade de mão-de-obra para trabalhar nas unidades fabris, na construção civil, no comércio ou nos serviços, o que atraiu milhares de migrantes do campo para as cidades
O processo de urbanização brasileiro apoiou-se essencialmente no êxodo rural. A migração rural-urbana tem múltiplas causas, sendo as principais a perda de trabalho no setor agropecuário - em conseqüência da modernização técnica do trabalho rural, com a substituição do homem pela máquina. Destituídos dos meios de sobrevivência na zona rural, os migrantes dirigem-se às cidades em busca de empregos, salários e, acima de tudo, melhores condições de vida.
O processo de urbanização no Brasil difere do europeu pela rapidez de seu crescimento. Na Europa esse processo é mais antigo. Com exceção da Inglaterra, único país que se tornou urbanizado na primeira metade do século XIX, a maioria dos países europeus se tornou urbanizada entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX. 

Problemas Urbanos

A urbanização desordenada, que pega os municípios despreparados para atender às necessidades básicas dos migrantes, causa uma série de problemas sociais e ambientais. Dentre eles destacam-se o desemprego, a criminalidade, a favelizações e a poluição do ar e da água.

O Brasil sempre foi uma terra de contrastes e, nesse aspecto, também não ocorrerá uma exceção: a urbanização do país não se distribui igualitariamente por todo o território nacional, conforme podemos observar na tabela abaixo. Muito pelo contrário, ela se concentra na região Sudeste, formado pelos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Vírus e antivirus

Introdução
Um vírus de computador é um programa malicioso que infecta o sistema, faz copias de si mesmo e tenta espalhar-se para outros computadores, de diversas maneiras.

       Os vírus são mais comumente espalhados por anexos em mensagens de e-mail ou em mensagens instantâneas.

Historia do Vírus:

Em 1983, Len Eidelmen demostrou um seminário sobre a segurança computacional, um programa auto replicante num sistema VAX11/750.O primeiro vírus para o computador nasceu em 1986 e chamava-se Brain, era da classe dos vírus de Boot, ou seja, danificava o sector de inicialização do disco rígido . A sua forma de propagação era através de uma disquete contaminado.
Em 1989,aparece o Dark avenger, o qual vem contaminar rapidamente os computadores, mas o estrago é bem lento, permitindo que o vírus passe despercebido.
        Em 1992, Michelangelo, o primeiro vírus a aparecer na media . É programado para sobre gravar partes da unidades de  disco rígido criando pastas e arquivos com conteúdos.
Em 1995, surgi o vírus Concepto, o primeiro vírus de Macro. Ele espalha-se facilmente ,  pois replicam-se  através de sector de boot, espalhando por todos os  arquivos executáveis.
Em 2000, o vírus LoveLetter, varre a Europa e os Estados unidos em seis horas. Infecta cerca de 2,5 a 3 milhões  de maquinas e causou danos estimados em 8,7 bilhões $.

Tipos de Vírus:


Vírus de boot
Um dos primeiros tipos de vírus conhecidos , o vírus de boot infecta a partição de inicialização do sistema operacional. Assim, ele é ativado quando o computador é ligado e o sistema operacional é carregado.
Time bomb
Os vírus do tipo “Bomba-relógio”  são programados para se ativarem em determinados momentos, definidos pelo seu criador, desligando o computador infectado.
Worms e Vermes
      Os seus criadores por vezes, deixaram de lado o desejo de danificar o sistema e passaram a programar os meus vírus de forma que apenas se repliquem, sem o objetivo de causar graves danos ao sistema. Este tipo de vírus passou a ser chamado de Verme ou Worms. Eles então mais aperfeiçoado, já numa versão que ao atacar a máquina hospedeira, não só se replica, mas também se propaga pela internet, pelos e-mail que estão registrados no clientes de e-mail, infectando as maquinas que abrirem aquele e-mail, reiniciando o ciclo.
Trojans ou cavalo de troia
      os trojans são programas de computador que parecem ser uteis, mas na verdade comprometem a sua segurança e causam muitos danos. Um trojans recente apresentava-se como um e-mail com anexos de supostas atualizações de segurança da Microsoft, mas na verdade era um vírus que tentava desativar programas antivírus e firewall.

Existem outros tipos de também tais como :
ØVírus de macro
ØKeyloggers
ØVírus de Orkut
ØHijackers

Quais os danos que o vírus pode causar?
ØPerda de desempenho do micro 
ØExclusão de Arquivos 
ØAlteração de dados 
ØAcesso à informações confidenciais por pessoas não autorizadas 
ØPerda de desempenho da rede (local e internet) 
ØMonitoramento de utilização (espiões)
ØReconfiguração do Sistema Operacional

Conceito de antivírus

Os antivírus são programas desenvolvidos em empresas de segurança, com o objetivo de detectar e eliminar vírus encontrados no computador. Os antivírus possuem uma base de dados contendo as assinaturas dos vírus de que podem eliminar. Desta forma, somente após a atualização do seu banco de dados, os vírus recém-descobertos podem ser detectado. A Panda software criou um serviço de heurística que foi muito popular, porque detectou 98.92% dos vírus desconhecidos ( não na sua base de dados) num teste.


Via operador de micro jessica

Heidegger

Tudo Sobre

Martin Heidegger foi filósofo, escritor, professor universitário, reitor e um dos grandes pensadores do século 20. Nascido em uma pequena cidade católica, seu pai era sacristão e sua mãe era amiga da mãe do jovem Conrad Grober, que viria a se tornar arcebispo de Friburgo.

Heidegger estudou em Constança, de 1903 a 1906, e em Friburgo até 1909, onde se tornou um excelente aluno de grego, latim e francês, interessando-se pela leitura de Brentano e dos filósofos gregos.

Em 1909, Heidegger ingressou na Universidade de Friburgo e iniciou o curso de teologia. Paralelamente, continuou seus estudos sobre Aristóteles, e iniciou as primeiras leituras de Husserl, que o levariam ao método fenomenológico. Interessou-se também pela filosofia de Maurice Blondel e pelo pensamento de Kierkegaard, que o fez refletir sobre outro tipo de pensamento que não o católico.

A partir de 1911, influenciado pelo filósofo Heinrich Rickert , Heidegger estudou as obras de Hegel, Schelling, Kierkegaard e Nietzsche, Kant, Dostoievsky, Rilke, Trakl, e começou a redigir textos que resultariam em obras posteriores.

Em 1915, Husserl foi para Friburgo e Heidegger tornou-se seu assistente. Husserl o influenciou em toda a sua obra sobre o "Ser" e transmitiu a ele toda a doutrina fenomenológica.

Dois anos depois, Heidegger casou-se com sua aluna Elfriede Petri, com quem teve 2 filhos. Ela era luterana, filha de um oficial do exército e, desde o noivado, empenhou-se pelo trabalho de Heidegger, que lhe dedicou grande parte de suas obras.

Heidegger envolveu-se também com outra aluna, Hannah Arendt, de ascendência judia, que iria se transformar em uma das mais famosas filósofas políticas. Mesmo depois de separados, os dois mantiveram uma longa correspondência.

De 1915 a 1923, Heidegger assumiu o posto de professor substituto na Universidade de Friburgo e, de 1923 a 1928, foi professor da Universidade de Marburgo (Prússia), publicando sua maior obra filosófica "Ser e Tempo", em 1927. Após o lançamento dessa obra, Heidegger foi considerado o maior nome da filosofia metafísica. Depois Sartre modificaria esse título e lançaria o termo "existencialismo", mas Heidegger repudiou tal classificação.

Em Marburgo, Heidegger fez amizade com Rudolf Bultmann, que o levou a conhecer melhor a teologia protestante. Também era amigo de Max Scheler e Karl Jaspers. Entretanto, seu mestre Husserl decepcionou-se com "Ser e Tempo". Além disso, com o crescimento do nazismo, os dois ficaram em campos diferentes, pois Husserl tinha ascendência judia.

Quando Hitler se tornou chanceler, em 1933, Heidegger tornou-se reitor da Universidade de Friburgo, apoiando o nacional-socialismo. Após a Segunda Guerra Mundial, Heidegger assumiu a cadeira de Husserl na Universidade de Friburgo e redigiu obras de cunho filosófico, pequenos artigos e ensaios.

Entre as principais obras de Heidegger encontram-se: "Novas Indagações sobre Lógica" (1912), "O Problema da Realidade na Filosofia Moderna" (1912), "A Doutrina do Juízo no Psicologismo - Uma Contribuição Crítico-positiva à Lógica" (1914), "A Doutrina das Categorias e da Significação em Duns Scoto" (1916), "O Conceito de Tempo na Ciência da História" (1916), "Ser e Tempo" (1927), "Que é Metafísica?" (1929), "Da Essência do Fundamento" (1929), "Kant e o Problema da Metafísica" (1929), Hölderlin e a Essência da Poesia" (1936).

Também podem ser citadas "Da Essência da Verdade" (1943), "Introdução à Metafísica" (1953), "Da Experiência de Pensar" (1954), "O que é isto, a Filosofia?" (1956), "Da Pergunta sobre o Ser" (1956), "O Princípio da Razão" (1956), "Identidade e Diferença (1957), "A Caminho da Linguagem" (1959), "Língua e Pátria" (1960), "Nietzsche" (1961), "A Pergunta sobre a Coisa" (1962), "Tese de Kant sobre o Ser" (1962), "Marcos do Caminho" (1967), "Sobre o Assunto Pensamento" (1969), "Fenomenologia e Teologia" (1970), "Heráclito" (1970).

Schopenhauer

Schopenhauer viveu de 1788 a 1860. Nascido em Danzig, Prússia, lecionou de 1820 a 1831, ano em que abandonou as salas de aula. Escreveu sua obra prima aos 30 anos, “O Mundo como Vontade e Representação”, mas não obteve sucesso na maior parte de sua vida. Mudou para Frankfurt, onde ficou até sua morte. Só obteve reconhecimento em seus últimos dias, o livro “Parerga e Paralipomena”, uma compilação de aforismos escritos de maneira cativante e popular, foi publicado.
Com sua personalidade forte e palavras amargas sobre o filósofo Hegel, ganhou antipatia no mundo acadêmico. Schopenhauer chegou a dizer que Hegel era um “charlatão de mente obtusa, banal, nauseabundo, iletrado (…)”. Outro motivo que provavelmente foi crucial para seu insucesso foi a audácia de abrir sua filosofia aos pensamentos orientais. Schopenhauer foi o primeiro pensador ocidental a fazer isto, agregou ensinamentos do Budismo e do Hinduísmo em seus estudos.
Para Schopenhauer, o mundo é uma representação individual. Em suas próprias palavras: “O mundo é a minha representação: eis uma verdade que vale para cada ser vivente e cognoscitivo*, mesmo se somente o homem é capaz de acolhe-la na sua consciência reflexa e abstrata; e quando ele verdadeiramente o faz, a meditação filosófica nele penetrou”.
Schopenhauer falava da relação entre sonhos e realidade. Para ele, seria impossível distinguir as duas condições. A vida seria um sonho muito longo, interrompido durante a noite por outros sonhos curtos. “Nós temos sonhos; não é talvez toda a vida um sonho? Mais precisamente: existe um critério seguro para distinguir sonho e realidade, fantasmas e objetos reais?”, afirma Schopenhauer.
O filósofo ainda discutia o porquê de todo ser humano ter a vontade de continuar vivendo. Qual seria o princípio a impelir os homens à continuação da vida e da espécie? Chegou a conclusão de que nosso corpo é o único objeto que conseguimos conhecer no universo, pois não o reconhecemos de fora, mas sim de dentro. Assim, diz que o Eu é a própria vontade de viver. Segundo ele, nosso instinto de sobrevivência é cego, mesmo sabendo que o que nos aguarda é a morte certa, nós continuamos a buscar a sobrevivência.
Em suas palavras: “São dessa natureza os esforços e os desejos humanos que nos fazem vibrar diante da sua realização como se fossem o fim último da nossa vontade; mas depois de satisfeitos mudam de fisionomia”.
Outro tema polêmico levantado por Schopenhauer é o sexo. Em suas obras, deixa claro que o amor é apenas um truque da natureza na tentativa de preservar a espécie humana. Sendo este mundo um vale de lágrimas, a natureza ligou o orgasmo ao acasalamento, assim, no ato sexual, consegue abstrair a culpa do ser humano quando este faz nascer um novo espécime.
“(…) todo enamoramento, depois do gozo finalmente alcançado, experimenta uma estranha desilusão e se surpreende de que aquilo que tão ardentemente desejou não ofereça nada mais do que qualquer outra satisfação sexual (…)”.
Sua obra ainda observa outros pontos como a negação da vontade de viver, que só seria conseguida com a nolontade (não-vontade). Ele indica, como fonte para chegarmos ao estado sublime de felicidade (Nirvana), a fuga da realidade com silêncio, jejum, castidade e uma renúncia sistemática de tudo que é real.
Sua obra influenciou Freud e Nietzche, que o alcunhou o “cavaleiro solitário”. Schopenhauer morreu aos 72 anos vítima de uma pneumonia.
Apenas para definir melhor a figura de cavaleiro solitário de Schopenhauer, segue abaixo um texto que comprova sua acidez, um excerto que consegue, ao mesmo tempo, nos fazer refletir e querer esquecer tudo que acabamos de ler.
“A mais rica biblioteca, quando desorganizada, não é tão proveitosa quanto uma bastante modesta, mas bem ordenada. Da mesma maneira, uma grande quantidade de conhecimentos, quando não foi elaborada por um pensamento próprio, tem muito menos valor do que uma quantidade bem mais limitada, que, no entanto, foi devidamente assimilada”.

Principais Obras:
  1. As Dores do Mundo
  2. Sobre a Raiz Quádrupla do Princípio da Razão Suficiente (1813)
  3. Sobre a Visão e as Cores (1815)
  4. O Mundo como Vontade e Representação (1819)
  5. Sobre a Vontade da Natureza (1836)
  6. Os Dois Problemas Fundamentais da Ética (1841)
  7. Parerga e Paralipomena (1851)
  8. Metafísica do Amor/Metafísica da Morte
  9. A Arte de se Fazer Respeitar
  10. A Arte de Insultar
  11. Sobre o Ofício do Escritor
  12. A Arte de Ter Razão ou Como Vencer um Debate sem Precisar ter Razão
  13. A Arte de Ser Feliz
  14. A Arte de Lidar com as Mulheres
  15. Aforismos para a Sabedoria de Vida
  16. Sobre a Vida Universitária
  17. Sobre o Fundamento da Moral
  18. O Livre Arbítrio (Pela Academia Real)

Sócrates

Biografia:
Ateniense, Sócrates nasceu por volta do ano 470 a.C..
Filho de pais humildes, dedicou-se ao estudo da filosofia e à meditação, mesmo sem qualquer recompensa financeira.

Mas é difícil falar sobre Sócrates, já que tudo em torno de sua vida é envolvida por mistérios. Não escreveu nada sobre suas idéias e ideais, tudo que se sabe sobre seu pensamento foi transmitido pelos seus discípulos Platão e Xenofontes.

Platão foi o responsável por disseminar a imagem de Sócrates como sendo um homem que andava pelas ruas e praças de Atenas, perguntando a cada um sobre idéias e valores que os gregos acreditavam e julgavam conhecer.

Sócrates é conhecido por ter se rebelado contra os sofistas, dizendo que esses não eram filósofos. Acusou-os de corromper o espírito dos jovens, ao fazer o erro e a mentira valerem tanto quanto a verdade.

Os sofistas vendiam suas habilidades de oratória para os cidadãos. Defendiam a opinião de quem pagasse melhor, introduzindo a idéia de que a verdade nasce do consenso entre os homens. 

O filósofo também teceu severas críticas à forma como a democracia ateniense implantada, bem como a aspectos da cultura grega, crenças religiosas e costumes.

Apesar de ter ocupado cargos políticos, chegando, inclusive, a ser convidado para o Senado dos quinhentos, suas idéias não foram aceitas pela aristocracia grega. 

Passaram a ver o filósofo como uma ameaça ao funcionamento da sociedade grega vigente na época.
Os jovens, por outro lado, passaram a seguir Sócrates, constituindo um grupo de discípulos.

Não demorou muito para que Sócrates fosse acusado de 
subversão da ordem, corrupção da juventude e um profanador das crenças gregas. Foi condenado a beber veneno e ficou preso por cerca de um mês, até sua morte, em 399 a.C..


Vida:

Sócrates nasceu em Alópece, na península da Ática. Não deixou nada escrito. A maior parte das informações sobre sua vida e seus ensinamentos vem das Memoráveis e do Banquete, do historiador Xenofonte; dos diálogos do filósofo Platão; da comédia Nuvens, de Aristófanes; e das obras do filósofo Aristóteles. Xenofonte e Platão foram discípulos de Sócrates; Aristóteles, discípulo de Platão. Aristófanes foi um dramaturgo importante na época de Sócrates.
Segundo Xenofonte, Sócrates era um professor respeitado que se interessava principalmente em ajudar as pessoas a se tornarem boas. Os diálogos de Platão nos ensinam que Sócrates não se preocupava apenas com a ética, mas também com a lógica e com a teoria das idéias. Essa teoria tentava identificar em um objeto ou idéia a qualidade que permanece constante e imutável. Os diálogos de Platão contêm o relato mais provável da vida e dos ensinamentos de Sócrates. Aristóteles parece concordar com a visão platônica de Sócrates, mas afirmava que a teoria das idéias era mais uma característica da filosofia platônica do que da socrática. Em Nuvens, de Aristófanes, Sócrates aparece como um homem tolo que defendia teorias fantásticas.
Sócrates vestia-se com simplicidade e era conhecido por sua moderação no comer e no beber. Era casado com Xantipa, que, segundo a tradição, tinha um péssimo temperamento e era uma pessoa de convivência difícil. O casal tinha, provavelmente, pelo menos dois filhos.
Ensinava nas ruas, no mercado e nos ginásios. Ensinava através do questionamento de seus ouvintes, mostrando-lhes como as respostas que davam eram inadequadas. Sócrates tinha adeptos entusiásticos entre os jovens de Atenas, mas o povo não confiava nele devido a suas opiniões pouco ortodoxas sobre religião e seu desprezo à opinião pública.
Inevitavelmente, fez inimigos entre os atenienses influentes. Foi levado a julgamento, acusado de corromper jovens e desrespeitar as tradições religiosas. Sócrates defendeu-se afirmando que um conhecimento claro da verdade era essencial a uma conduta correta. A ação, afirmou, equivale ao conhecimento. Portanto, a virtude pode ser ensinada porque a ação correta envolve pensamento. Insinuava que os governantes deviam ser homens que soubessem como governar, não necessariamente aqueles que tinham sido eleitos. Sócrates pode ter parecido perigoso para a democracia ateniense, mas o que defendia eram as bases daquela democracia. Platão descreveu a defesa de Sócrates em seu diálogo A Apologia de Sócrates.
O júri considerou Sócrates culpado, sentenciando-o à morte. É possível que o júri tenha dado essa sentença severa devido ao orgulho inquebrantável com que Sócrates conduziu sua defesa. Recusou diversas oportunidades de escapar da prisão e levou a cabo sua sentença, bebendo calmamente uma taça de um veneno chamado cicuta. Um relato comovedor da morte de Sócrates encontra-se emFédon, de Platão.

Quem valorizou a descoberta do homem feita pelos sofistas, orientando-a para os valores universais, segundo a via real do pensamento grego, foi Sócrates. Nasceu Sócrates em 470 ou 469 a.C., em Atenas, filho de Sofrônico, escultor, e de Fenáreta, parteira. Aprendeu a arte paterna, mas dedicou-se inteiramente à meditação e ao ensino filosófico, sem recompensa alguma, não obstante sua pobreza. Desempenhou alguns cargos políticos e foi sempre modelo irrepreensível de bom cidadão. Combateu a Potidéia, onde salvou a vida de Alcebíades e em Delium, onde carregou aos ombros a Xenofonte, gravemente ferido. Formou a sua instrução sobretudo através da reflexão pessoal, na moldura da alta cultura ateniense da época, em contato com o que de mais ilustre houve na cidade de Péricles.
Inteiramente absorvido pela sua vocação, não se deixou distrair pelas preocupações domésticas nem pelos interesses políticos. Quanto à família, podemos dizer que Sócrates não teve, por certo, uma mulher ideal na quérula Xantipa; mas também ela não teve um marido ideal no filósofo, ocupado com outros cuidados que não os domésticos.

Quanto à política, foi ele valoroso soldado e rígido magistrado. Mas, em geral, conservou-se afastado da vida pública e da política contemporânea, que contrastavam com o seu temperamento crítico e com o seu reto juízo. Julgava que devia servir a pátria conforme suas atitudes, vivendo justamente e formando cidadãos sábios, honestos, temperados - diversamente dos sofistas, que agiam para o próprio proveito e formavam grandes egoístas, capazes unicamente de se acometerem uns contra os outros e escravizar o próximo.

Entretanto, a liberdade de seus discursos, a feição austera de seu caráter, a sua atitude crítica, irônica e a conseqüente educação por ele ministrada, criaram descontentamento geral, hostilidade popular, inimizades pessoais, apesar de sua probidade. Diante da tirania popular, bem como de certos elementos racionários, aparecia Sócrates como chefe de uma aristocracia intelectual. Esse estado de ânimo hostil a Sócrates concretizou-se, tomou forma jurídica, na acusação movida contra ele por Mileto, Anito e Licon: de corromper a mocidade e negar os deuses da pátria introduzindo outros. Sócrates desdenhou defender-se diante dos juizes e da justiça humana, humilhando-se e desculpando-se mais ou menos. Tinha ele diante dos olhos da alma não uma solução empírica para a vida terrena, e sim o juízo eterno da razão, para a imortalidade. E preferiu a morte. Declarado culpado por uma pequena minoria, assentou-se com indômita fortaleza de ânimo diante do tribunal, que o condenou à pena capital com o voto da maioria.

Tendo que esperar mais de um mês a morte no cárcere - pois uma lei vedava as execuções capitais durante a viagem votiva de um navio a Delos - o discípulo Criton preparou e propôs a fuga ao Mestre. Sócrates, porém, recusou, declarando não querer absolutamente desobedecer às leis da pátria. E passou o tempo preparando-se para o passo extremo em palestras espirituais com os amigos. Especialmente famoso é o diálogo sobre a imortalidade da alma - que se teria realizado pouco antes da morte e foi descrito por Platão no Fédon com arte incomparável. Suas últimas palavras dirigidas aos discípulos, depois de ter sorvido tranqüilamente a cicuta, foram: "Devemos um galo a Esculápio". É que o deus da medicina tinha-o livrado do mal da vida com o dom da morte. Morreu Sócrates em 399 a.C. com 71 anos de idade.

Metodo:
É a parte polêmica. Insistindo no perpétuo fluxo das coisas e na variabilidade extrema das impressões sensitivas determinadas pelos indivíduos que de contínuo se transformam, concluíram os sofistas pela impossibilidade absoluta e objetiva do saber. Sócrates restabelece-lhe a possibilidade, determinando o verdadeiro objeto da ciência.

O objeto da ciência não é o sensível, o particular, o indivíduo que passa; é o inteligível, o conceito que se exprime pela definição. Este conceito ou idéia geral obtém-se por um processo dialético por ele chamado indução e que consiste em comparar vários indivíduos da mesma espécie, eliminar-lhes as diferenças individuais, as qualidades mutáveis e reter-lhes o elemento comum, estável, permanente, a natureza, a essência da coisa. Por onde se vê que a indução socrática não tem o caráter demonstrativo do moderno processo lógico, que vai do fenômeno à lei, mas é um meio de generalização, que remonta do indivíduo à noção universal.

Praticamente, na exposição polêmica e didática destas idéias, Sócrates adotava sempre o diálogo, que revestia uma dúplice forma, conforme se tratava de um adversário a confutar ou de um discípulo a instruir. No primeiro caso, assumia humildemente a atitude de quem aprende e ia multiplicando as perguntas até colher o adversário presunçoso em evidente contradição e constrangê-lo à confissão humilhante de sua ignorância. É a ironia socrática. No segundo caso, tratando-se de um discípulo (e era muitas vezes o próprio adversário vencido), multiplicava ainda as perguntas, dirigindo-as agora ao fim de obter, por indução dos casos particulares e concretos, um conceito, uma definição geral do objeto em questão. A este processo pedagógico, em memória da profissão materna, denominava ele maiêutica ou engenhosa obstetrícia do espírito, que facilitava a parturição das idéias.

Friedrich Nietzsche

Friedrich Nietzsche 

Biografia

Friedrich Nietzsche nasceu em 1844 na Alemanha numa cidade conhecida por Röcken. A sua família era luterana e o seu destino era ser pastor como seu pai. Nietzsche perde a fé durante a adolescência, e os estudos de filologia combatem com o que aprendeu sobre teológia: Durante os seus estudos na universidade de Leipzig, a sua vocação filosófica cresce. Foi um aluno brilhante, dotado de sólida formação clássica, e aos 25 anos é nomeado professor de Filologia na universidade de Basiléia.

Durante dez anos desenvolveu a sua filosófia em contacto com pensamento grego antigo. Em 1879 seu estado de saúde obriga-o a deixar de ser professor. Sua voz ficou inaudível. Começou uma vida errante em busca de um clima favorável tanto para sua saúde como para seu pensamento (Veneza, Gênova, Turim, Nice, Sils-Maria...) :

Em 1882, começa a escrever o Assim Falou Zaratustra. Nietzsche não cessa de escrever com um ritmo crescente. Este período termina brutalmente em 3 de Janeiro de 1889 com uma "crise de loucura" que, durou até à sua morte, coloca-o sob a tutela da sua mãe e sua irmã.

Estudos recentes atribuem a sua morte um cancro do cérebro, que eventualmente pode ter origem sifilítica. Sua irmã falseou seus escritos após a sua morte para apoiar uma causa anti-semita. Falácia, tendo em vista a repulsa de Nietzsche ao anti-semitismo em seus escritos.

O sucesso de Nietzsche, entretanto, sobreveio quando um professor dinamarquês leu a sua obra Assim Falou Zaratustra e, por conseguinte, tratou de difundi-la, em 1888. Muitos estudiosos da época tentaram localizar os momentos que Nietzsche escrevia sob crises nervosas ou sob efeito de drogas (Nietzsche estudou biologia e tentava descobrir sua própria maneira de minimizar os efeitos da sua doença).
Influências de Nietzsche:
Arthur Schopenhauer (1788-1860) filósofo do pessimismo, autor do Mundo como Vontade e Representação, edição de 1844, que trouxe ao cenário filosófico a importância da Vontade (Wille)
Jacob Burckhardt (1818-1897) historiador suíço, pioneiro da história da cultura, autor de “A Civilização da Renascença italiana”, de 1860, que passou a Nietzsche a idéia da construção histórica da individualidade.
Fédor Dostoievski (1821-1881) novelista russo, uma das maiores influências literárias de Nietzsche, especialmente pelo contraditório fascínio que o romancista revelou pelo homem-idéia, pelo niilista, o homem sem Deus da era moderna.
Richard Wagner (1813-1883) compositor alemão, autor do mítico “Anel dos Nibelungos” (1853-1874), transposição para a música da saga dos germanos. Nietzsche viu nele um novo Dionísio, um deus da música.

Frases:

Seu estilo é aforismático, escrito em trechos concisos, muitas vezes de uma só página, e dos quais são pinçadas máximas. Muitas de suas frases se tornaram famosas, sendo repetidas nos mais diversos contextos, gerando muitas distorções e confusões. Algumas delas:

  1. “Deus está morto. Viva Perigosamente. Qual o melhor remédio? – Vitória!”.
  2. “Há homens que já nascem póstumos.”
  3. “O Evangelho morreu na cruz.”
  4. “A diferença fundamental entre as duas religiões da decadência: o budismo não promete, mas assegura. O cristianismo promete tudo, mas não cumpre nada.”
  5. “Quando se coloca o centro de gravidade da vida não na vida mas no “além” – no nada -, tira-se da vida o seu centro de gravidade.”
  6. “Para ler o Novo Testamento é conveniente calçar luvas. Diante de tanta sujeira, tal atitude é necessária.”
  7. “O cristianismo foi, até o momento, a maior desgraça da humanidade, por ter desprezado o Corpo.”
  8. “A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade.”
  9. “As convicções são cárceres.”
  10. “As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras.”
  11. “Até os mais corajosos raramente têm a coragem para aquilo que realmente sabem.”
  12. “Aquilo que não me destrói fortalece-me”
  13. “Sem música, a vida seria um erro.”
  14. “E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a musica.”
  15. “A moralidade é o instinto do rebanho no indivíduo.”
  16. “O idealista é incorrigível: se é expulso do seu céu, faz um ideal do seu inferno.”
  17. “Em qualquer lugar onde encontro uma criatura viva, encontro desejo de poder.”
  18. “Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos.”
  19. “Quanto mais me elevo, menor eu pareço aos olhos de quem não sabe voar.”
  20. “Se minhas loucuras tivessem explicaçoes, não seriam loucuras.”
  21. “O Homem evolui dos macacos? é existem macacos!”
  22. “Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal.”
  23. “Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.”
  24. “Torna-te quem tu és!”
  25. “O padre está mentindo.”
  26. “Deus está morto mas o seu cadáver permanece insepulto”

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Lúpus

Lúpus é uma doença autoimune rara, mais frequente nas mulheres do que nos homens, provocada por um desequilíbrio do sistema imunológico, exatamente aquele que deveria defender o organismo das agressões externas causadas por vírus, bactérias ou outros agentes patológicos.
O fato é que, no lúpus, a defesa imunológica se vira contra os tecidos do próprio organismo como pele, articulações, fígado, coração, pulmão, rins e cérebro. Essas múltiplas formas de manifestação clínica, às vezes, podem confundir e retardar o diagnóstico.
Lúpus exige tratamento cuidadoso por médicos especialistas. Pessoas tratadas adequadamente têm condições de levar vida normal. As que não se tratam, acabam tendo complicações sérias, às vezes, incompatíveis com a vida.
substância exterior que mais agride essas pacientes
A radiação solar, em especial os raios ultravioleta prevalentes das dez às quinze horas, é a substância que mais agride as pessoas que nasceram geneticamente predispostas. Em estudos conduzidos no Hospital das Clínicas de São Paulo, foi possível detetar inúmeros casos de pacientes que tinham o primeiro surto logo após ter ido à praia e se exposto horas seguidas à radiação solar. Em geral, eram pacientes do sexo feminino, já que a incidência de lúpus atinge nove mulheres para cada homem. Nos Estados Unidos, há maior prevalência entre as mulheres negras; no Brasil, verifica-se equivalência de casos em brancas e negras.
sexto critério, e um dos mais importantes, é a lesão renal. Paciente com lesão renal acompanhada de hipertensão no primeiro surto tem prognóstico mais reservado. A hipertensão arterial denota que surgiu um processo inflamatório nas membranas das estruturas envolvidas no sistema de filtração do sangue que atravessa os rins e a paciente é acometida por glomerulonefrite.

A gravidez é contraindicada para as pacientes lúpicas

Há um conceito difundido inclusive entre alguns médicos de que pacientes lúpicas não devem, não podem e não engravidam em virtude de um problema imunológico. O argumento é que algumas dessas mulheres produzem anticorpos contra um constituinte especial chamado fosfolípedes, ou seja, substâncias com o radical fósforo do tipo gorduroso situadas na circulação. Esses anticorpos são responsáveis pela incidência de abortos recorrentes, aliás, outro sinal de pré-lúpus.

evolução mais lenta e mais acelerada do lúpus. O que determina tal diferença?
Quanto mais jovem for a mulher, pior será o diagnóstico. Lúpus dificilmente aparece em meninas que ainda não menstruaram. Em geral, o acometimento coincide com a época da menstruação e atinge mulheres na faixa entre 15 e 30 anos. Se não há lesão renal e cerebral no primeiro surto, trata-se de uma forma benigna de lúpus caracterizada por lesões de pele, asa de borboleta, dor nas juntas, sintomas facilmente controláveis com medicação. É também provável que a paciente não apresente os problemas correlacionados com o passar da idade e morra de outra causa que não o lúpus.
Se no primeiro surto, porém, ela manifestar lesão renal ou cerebral ou, o pior de tudo, as duas ao mesmo tempo, é sinal de mau prognóstico. Além disso, pesam fatores puramente imunológicos, por exemplo, a queda de algumas proteínas do sangue como complemento e o aparecimento de infecções. A evolução das pacientes no Hospital das Clínicas indica que o aparecimento de infecções é fator decisivo na evolução e prognóstico da doença.

Nos EUA, estatísticas mostram que a mulher negra tem evolução pior do que a branca. O que vimos no HC, entretanto, é que aqui há uma equivalência da doença entre mulheres brancas e negras.

lesão cerebral mais frequente
A lesão cerebral mais frequente revelada pelo exame anatomopatológico é a tromboembolia, ou seja, a deposição de coágulos no cérebro sob a forma de trombos locais ou de um êmbolo originário de outra região do corpo que entope o vaso cerebral. Como consequência, o tecido que depende dessa irrigação entra em anóxia e morre por falta de oxigênio. Além disso, quadros neurológicos graves, como hemiplegia (paralisia de um lado do corpo), plegia (paralisia parcial de uma parte do corpo) e quadriplegia (paralisia dos membros superiores e inferiores) parece estarem ocorrendo com maior frequência nos dias de hoje em virtude do aumento da sobrevida das pacientes.
O comprometimento cerebral, em geral, não acontece no início da doença. No entanto, se estiver ligado à lesão renal, as dificuldades terapêuticas se agravam bastante

Diagnóstico

O diagnóstico é às vezes difícil e demorado. Casos suspeitos devem ser confirmados por uma série de exames.  O mais famoso deles é o FAN (fator anti-núcleo), que está presente em cerca de 99% dos casos de Lúpus, mas também em até 30% das pessoas normais. Alguns anticorpos são bastante específicos para Lúpus (anti-SM, anti-DNA dupla-fita, anti-P ribossomal) e, se presentes em concentrações significantes, lúpus é praticamente certo. Como isso não acontece muito freqüentemente (10 a 50% dos casos), o reumatologista tem que lidar com um quebra-cabeça de sintomas e exames para fechar o diagnóstico. Critérios diagnósticos internacionais para a classificação de lúpus servem para estudos clínicos e não devem ser usados para indivíduos em particular.

Causas

O sistema imune é desenhado para proteger-nos de bactérias, vírus, câncer e outros patógenos. Nas doenças autoimunes o sistema imune identifica partes do nosso corpo como patógenos, e as ataca. Posteriormente outras células do sistema imune são recrutadas e outras estruturas são danificadas, como os vasos sanguíneos. Como qualquer órgão do corpo é irrigado por vasos sanguíneos, a inflamação pode ocorrer em praticamente todos os lugares. O que causa este “engano” inicial do sistema imune não é totalmente entendido. Atribui-se a uma combinação de tendências genéticas com fatores ambientais, como vírus, raios ultra-violetas (sol e lâmpadas de luz branca), exposição à sílica ou alergias a medicações. Estudos recentes apontam que pacientes com Lúpus podem apresentar uma capacidade deficiente de “limpeza” de células velhas e danificadas, que poderiam causar uma reação anormal do sistema imune.
Sintomas de Lúpus
Como mencionado, as apresentações podem ser muito variadas. A doença pode ser grave, mas outras vezes é leve e tem boa resposta à terapêutica. A seguir, sintomas frequentes no lúpus:
Sintomas gerais
  • Fadiga
  • Febre
  • Dor muscular
Sintomas na pele
  • Hiper-sensibilidade a luz (vermelhidão/ inflamação da pele nas partes expostas à luz, como rosto, colo. Responsável pela famosa lesão em “asa de borboleta”, nas maçãs do rosto e em volta dos olhos)
  • Outros tipos de lesões cutâneas (lúpus pérnio, livedo reticular, lúpus discóide, outros)
  • Perda de cabelo
Sintomas por acometimento articular
  • Artrite (dor, calor, inchaço nas juntas)
  • Rigidez matinal (sensação de “ferrugem” nas juntas pela manhã ou após inatividade prolongada que melhoram com movimentação)
Sintomas por acometimento de Pulmão ou pleura
  • Dor ao respirar
  • Derrame na pleura
  • Falta de ar
  • Sangramento pulmonar
Sintomas por acometimento de vasos
  • Fenômeno de Raynaud (mãos pálidas, roxas ou vermelhas, ou a progressão destas cores, com o frio. É presente em grande parte das pessoas normais)
  • Tromboses
  • Dor abdominal
  • Alterações visuais
Sintomas por acometimento dos rins
  • Maioria das vezes “silencioso”. Exames de rotina apontam o acometimento.
  • Alterações no exame de urina (sangue, restos celulares, proteína)
  • Insuficiência renal
Sintomas por acometimento nervoso
  • Dormências, formigamentos, disistesia (sensação ruim ao tato)
  • “Derrames” (acidentes vasculares cerebrais)
  • Fraqueza muscular
  • Convulsão
  • Quadros psiquiátricos (psicose, depressão)
Sintomas por acometimento do sangue
  • Linfócitos, plaquetas ou glóbulos vermelhos baixos
Outros sintomas
  • Aftas orais recorrentes
  • Abortos espontâneos

    Como o Lúpus é tratado?
    O curso do Lúpus também é muito variável. A maioria evolui com períodos de piora e melhora, e uma parte pode entrar em remissão. Infelizmente não raramente o lúpus pode ser agressivo e até fatal, inclusive apesar do tratamento. Quais drogas usar e em que quantidade é uma decisão que deve ser tomada por um reumatologista experiente, baseado nos acometimentos e gravidade de cada paciente. A maioria das drogas leva a efeitos colaterais sérios e seu uso é produto de uma análise dos possíveis riscos versus benefícios. São as principais: cortisona (prednisona, prednisolona, dexametasona, metilpredinisolona, hidrocortisona, outras); imunossupressores (ciclofosfamida, metotrexate, azatioprina, micofenolato de mofetil, ciclosporina); antimaláricos (difosfato de cloroquina, hidroxicloroquina); anticoagulantes (varfarina, heparina), entre outras. Recentemente uma série de novas medicações, as chamadas “biológicas”, têm sido trazidas ao mercado, levando esperança àqueles com as formas mais agressivas da doença. Sua eficácia, no entanto, ainda está sendo estudada.
    Os pacientes lúpicos têm, em função da doença e do tratamento, risco maior para doenças cardio-vasculares, como infarto e derrame. Devem, portanto, ser sempre assistidos quanto à redução de fatores de risco como colesterol, hipertensão, sedentarismo e tabagismo. Osteoporose também é freqüente nestes indivíduos e sua prevenção faz parte de uma abordagem completa.
    Vacinas como da gripe, pneumococcus, tétano, Haemophilus influenza e hepatite-B conferem menos resistência em lúpicos do que em pessoas em geral, mas devem ser usadas e não provocam reativação da doença. Vacinas com vírus vivos atenuados (p.e. sarampo, caxumba, rubéola, pólio, catapora, febre amarela) são perigosas e não devem ser usadas rotineiramente em indivíduos em uso de drogas imunossupressoras.